quarta-feira, 14 de abril de 2010

Às quartas

O claro Febo ainda surgiu,
E à terra traz ténue claror a Aurora.
Quem vela grita àquele que dorme: Acorda!

Alva do mar em sombra arrasta o sol,
Ou espreita já dos cumes, e a luz vem!

Ameaça incautos uma insídia hostil,
Que adormecidos jazem tão tranquilos.
E o arauto clama em alta voz que acordem.

Alva do mar em sombra arrasta o sol,
Ou espreita já dos cumes, e a luz vem!

De Arcturo sopra solto o vento norte,
No céu estrelas se escondem, que se aclara,
Do oriente a linha do nascente avança.

Alva do mar em sombra arrasta o sol,
Ou espreita já dos cumes, e a luz vem!

"ALBA"
De um manuscrito latino do séc. X
(Trad.: Jorge de Sena)