quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PS: um partido à deriva

Três vice-presidentes da bancada parlamentar do PS anunciaram que iriam apresentar, na comissão de combate à corrupção, uma proposta que visava tornar públicos os rendimentos brutos de todos os contribuintes.
Agora, à tarde, o líder parlamentar do PS veio desautorizar os seus três vice-presidentes ao afirmar que discordava completamente dessa proposta, que essa proposta não era do PS, que nunca a discutiu, e garantiu que enquanto for ele o presidente do grupo parlamentar essa proposta nunca será apresentada. (Ver aqui a notícia).
Para além da idiotice da proposta (se querem verdadeiramente combater a corrupção e a fuga ao fisco, terminem de uma vez com o sigilo bancário), já denunciada por quase todos os partidos (do Bloco ao CDS), o que releva daqui é o desnorte que domina o partido do Governo.
Desde os recentes ataques descontrolados de Sérgio Sousa Pinto ao Presidente da República; passando pelo conflito entre o ministro das Finanças e o ministro dos Assuntos Parlamentares, quanto à Lei das Finanças Regionais; passando pelo total desalinho entre Sócrates e Teixeira dos Santos, quanto à origem dos descalabro do défice; passando pelo caso "Mário Crespo", onde se evidencia, uma vez mais, um primeiro-ministro desequilibrado; chegando à presente revelação da anarquia que reina no grupo parlamentar do PS; tudo mostra a completa desorientação em que o Governo e o partido que o apoia se encontram.
Isto não constituiria motivo de qualquer preocupação, não fosse o facto de ser este grupo de pessoas que, lamentavelmente, governa o país.