sábado, 7 de novembro de 2009

Ao sábado: momento quase filosófico

Acerca do Existencialismo (2)
«Para os filósofos existencialistas, a ansiedade genuína — aquela a que chamam "angústia existencial" porque tem um tom amargo quando se diz — não é um sintoma de patologia para ser tratado com terapia. Não, é uma reacção humana básica às próprias condições da existência humana: a nossa mortalidade, a nossa incapacidade para realizar plenamente o nosso potencial e a ameaça de ausência de significado. [...]
Os existencialistas estão ansiosos para diferenciar entre "ansiedade existencial", como a ansiedade da morte, que sentem que provém da condição humana, e ansiedade neurótica comum, como a ansiedade de Norman:
Norman começou a hiperventilar quando viu o médico.
— Tenho a certeza de que tenho uma doença de fígado.
— Isso é ridículo — disse o médico. — Nunca saberia se tivesse uma doença de fígado. Essa doença não tem quaisquer sintomas.
— Exactamente! — replicou Norman. São precisamente esses os meus sintomas.»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar..., p. 149.