sábado, 27 de junho de 2009

Um abaixo-assinado

Em apenas 48 horas, este Governo desnuda-se, sem pudor, e mostra as úlceras, os eczemas e as suturas abertas, que os acetinados fatos Armani tentam esconder. As trapalhadas, as mentiras e os actos de hipocrisia sucedem-se a um ritmo difícil de acompanhar. É um exercício insuportável assistir a este desfilar degradado e degradante de comportamentos.
Em apenas 48 horas, ficámos a saber da existência de uma fundação fantasma tutelada pelo ministro Mário Lino; ficámos a saber, a propósito do negócio PT-TVI, que já não vai ser negócio, porque o Governo decidiu proibir um negócio de que não tinha conhecimento, que o primeiro-ministro mente com o mesmo à-vontade com que endivida o país; e ficámos a saber que a ministra da Educação, agora, já diz que as quotas não são fundamentais, depois de se saber que somos o único país — dos cinco estudados pela Deloitte — que possui um sistema de quotas na avaliação dos professores.
Este Governo é uma ferida exposta, que diariamente alastra e se decompõe.
Santana Lopes foi despedido por incomparavelmente menos. Durão Barroso e Guterres fugiram também por muito menos. Se Sócrates não tem, sequer, a coragem de fugir, tem de ser despedido, mas tem de o ser rapidamente.
Já não se trata de saber se o Governo consegue sobreviver até Outubro, trata-se de saber se nós conseguiremos sobreviver a este Governo, até Outubro.
Vou fazer um abaixo-assinado a exigir eleições em Julho.