sábado, 6 de junho de 2009

Ao sábado: momento quase filosófico

Acerca do Estoicismo
«A questão ética que preocupou os estóicos, no século IV a. C., foi como reagir ao sentimento prevalecente de fatalismo provocado pela vida num império rigidamente controlado. Não podiam alterar praticamente nada nas suas vidas diárias, por isso decidiram mudar a sua atitude relativamente à própria vida. Era o único controlo pessoal que lhes restava. O que os estóicos adoptaram foi uma estratégia de distanciamento emocional da vida. Chamaram à sua atitude apathia (apatia) e para os estóicos a apatia era uma virtude, que os transformou em motivo da chacota na taberna local. Os estóicos estavam dispostos a sacrificar alguns tipos de felicidade (sexo, drogas e hip-hop dionisiano) para evitar a infelicidade provocada pelas suas paixões (DST, ressacas e rimas más). Agiam apenas de acordo com a razão, nunca motivados pela paixão e, por conseguinte, consideravam-se as únicas pessoas verdadeiramente felizes — que é o mesmo que dizer que eram não-felizes.
Na história que se segue, o senhor Cooper demonstra uma forma moderna de estoicismo: estoicismo por procuração.

Os Cooper foram conduzidos ao consultório do dentista, onde o senhor Cooper deixou claro que estava com muita pressa.
— Nada de paninhos quentes, Doutor — ordenou. — Não quero anestesia nem agulhas nem nada disso. Arranque o dente e despache o assunto.
— Quem me dera ter mais pacientes tão estóicos como o senhor — declarou o dentista com a admiração. Muito bem, qual é o dente?
O senhor Cooper voltou-se para a mulher:
— Abre a boca, querida.»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...