quarta-feira, 15 de abril de 2009

Portugal vai ser o último

«Portugal vai ser o último país da Zona Euro a sair da crise.». É esta a conclusão de Vítor Constâncio, que o Diário de Notícias realça na sua edição de hoje.

Portugal vai, então, ser o último a sair da crise. O Portugal de Sócrates, o Portugal que nos últimos quatro anos celebrava todas as semanas, pela boca do primeiro-ministro, «momentos históricos» e «recordes» absolutos, anunciados de peito cheio e de inultrapassável arrogância; o Portugal das grandes façanhas socráticas, o Portugal de vanguarda - vanguarda tecnológica, vanguarda nas energias renováveis, vanguarda na formação qualificada, vanguarda nisto, naquilo e naqueloutro. Se nos lembrarmos de tudo o que fomos ouvindo ao longo dos últimos quatro anos - quatro anos em que o país foi «posto nos carris» (Sócrates dixit) e colocado no rumo do «desenvolvimento sustentado» (Sócrates dixit) e sujeito às «reformas de fundo que ninguém tinha conseguido fazer» (Sócrates dixit) - se nos lembramos de tudo isto, podemos agora aceitar, podemos agora compreender que nos venham anunciar que vamos ser os últimos a sair da crise? É, então, este o Portugal «moderno» (Sócrates dixit) que o senhor engenheiro José Sócrates nos deixa, depois de quatro anos e meio de governação? É este o tal «Portugal preparado para o futuro» (Sócrates dixit)?
Não foi há poucos meses que o primeiro-ministro anunciou ao mundo que Portugal, devido ao excelso trabalho realizado pelo seu Governo, iria ser o país que menos sofreria com a crise? Que estávamos aptos para a enfrentar?
Hoje sabemos que nada disto era verdade. Hoje sabemos que vivemos quatro anos de publicidade, quatro anos de marketing, quatro anos de permanente encenação. Das finanças à economia e à educação, das obras públicas à cultura há um traço comum, que é a marca de água deste Governo de José Sócrates: a incompetência e o faz-de-conta.
Hoje sabemos que estes quatro anos de arrogância desmedida, de arbitrariedade e de absoluta ineficácia tiveram um resultado objectivo: vamos ser os últimos.
Mais um recorde e mais um momento histórico de José Sócrates.