quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O bom Governo que temos


Cinco mil professores na reforma em apenas dez meses

«Isabel de Melo é professora há 38 anos e há 11 anos que dá aulas de História na Escola Secundária Jaime Cortesão, em Coimbra. Precisava de trabalhar mais dois anos para não ser penalizada na reforma. Mas diz que não aguenta mais. Em Julho quando fizer 60 anos, vai pedir a reforma antecipada, mesmo sabendo que vai sofrer uma penalização de 9%.
"Sempre gostei muito da minha profissão. Mas com esta falta de respeito do Ministério da Educação, não vale a pena o sacrifício. Quero sair." [...]
São professores como Isabel de Melo que estão a pedir, em massa, a reforma antecipada. [...]
"Estamos a falar de professores de topo de carreira, que já passaram por muitas reformas educativas. Trata-se de uma perda muito significativa porque são professores com uma grande experiência, que estão a ser substituídos por professores contratados", sublinha, ao JN, o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho.»
Jornal de Notícias (22/1/09)

Deputado do PS acusa Mário Lino de negligência no caso Airbus
«Ventura Leite, deputado do PS e autor do relatório parlamentar sobre acompanhamento dos processos das contrapartidas, lançou ontem um apelo ao primeiro-ministro para que chame a si o controlo dos processos de construção do TGV e do novo aeroporto de Lisboa. Pede sobretudo que José Sócrates não os deixe à responsabilidade do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino. Isto porque, justificou ao Público, Mário Lino revelou "manifesta negligência" na gestão do processo de aquisição dos novos aviões da TAP, dado o "desperdício de oportunidades" de obter compensações para a indústria portuguesa num negócio que ascendeu a 2,5 mil milhões de euros.»
Público (22/1/09)

Mundial 2018: Ministro das Finanças contraria colegas de Governo afirmando que torneio "não está no topo das preocupações"
«O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, defendeu [...] que a organização do Mundial de futebol de 2018 por Portugal e Espanha, não deve estar no topo das prioridades portuguesas. "Na minha opinião não penso que essa deva ser a prioridade neste momento do país", disse Teixeira dos Santos no final duma reunião dos ministros europeus das Finanças, contrariando assim o apoio manifestado pelo ministro da Presidência e pelo secretário de Estado do Desporto.

Para o responsável governamental português "há muitas outras iniciativas que serão, com certeza, bem mais relevantes para o reforço da nossa competitividade do que organizar um campeonato de futebol mundial". Uma declaração que contraria aquilo que foi dito por outro membro do Governo, designadamente pelo secretário de Estado do Desporto.

Numa carta enviada há uma semana à direcção da Federação Portuguesa de Futebol, Laurentino Dias manifestou, em nome do Executivo de José Sócrates, a disponibilidade do Governo para analisar e apoiar uma candidatura luso-espanhola à organização daquele torneio. Teixeira dos Santos afirma desconhecer qualquer discussão sobre esta matéria ao nível do Governo.»
Público (2o/1/09)

Interferências políticas podem complicar venda do jornal Sol
«[...] As dificuldades que estão agora a levantar [CGD] à concretização do negócio constituíram uma surpresa e são, por isso, interpretadas como decorrendo do desconforto do grupo dirigido por Santos Teixeira com a orientação editorial do jornal e, em particular, com as notícias que revelou nas últimas semanas relativas à investigação que decorre no Reino Unido sobre um caso de corrupção em que a lista dos suspeitos é encabeçada por um antigo ministro de António Guterres. Vários jornalistas disseram ao PÚBLICO que existe na redacção a percepção que terão mesmo existido pressões para que o jornal não divulgasse o que sabia sobre a investigação judicial inglesa ao chamado “caso Freeport”.

O PÚBLICO também apurou que as relações entre o "Sol" e um dos seus principais accionistas, o grupo BCP, se têm vindo a alterar desde que os socialistas Santos Teixeira e Armando Vara foram eleitos para a administração do banco fundado por Jardim Gonçalves. Foram canceladas campanhas publicitárias e retirados patrocínios já negociados, o que contribuiu para tornar mais difícil a situação da empresa.»
Público (21/1/09)

Incompetência política e técnica na Educação e nas Obras Públicas, descoordenação e contradições entre membros do mesmo Governo, interferências políticas na comunicação social por interpostos agentes são alguns exemplos recentes que ilustram o modo como estamos a ser governados. Da objectiva inépcia até às tentativas de pressão e de controlo dos mass media, tudo é possível e tudo é permitido neste e a este Governo.